

Miriam Karam
Início no Jornalismo
Tudo começou ainda na época da graduação, quando a jovem estudante de Jornalismo deu os primeiros passos na profissão, como estagiária no Canal 12. Já como jornalista, seu primeiro emprego foi na assessoria de comunicação do INCRA. Contudo, o coração de Miriam pulsava mesmo era pela redação, o que a levou a contrariar a lógica e assumir um salário menor para ingressar no Diário do Paraná.
Foi então que Miriam passou a trabalhar no Diário do Paraná, mais especificamente no Anexo, suplemento cultural diário do jornal. Para ela, essa foi sua primeira experiência marcante em uma redação, e também o momento em que se sentiu realmente fisgada pelo jornalismo, especialmente pela área cultural, que sempre a atraiu. E no Anexo teve a oportunidade de trabalhar com profissionais de grande importância e reconhecimento no meio jornalístico, artístico e cultural curitibano e paranaense.

Miriam Karam
Muitas histórias podem ser contadas nestes mais de 50 anos de atividade jornalística. Dentre elas, Miriam recorda do dia em que passou de repórter à notícia de revista.
Durante sua passagem pelo suplemento Anexo, do Diário do Paraná, Miriam produziu uma matéria especial para o Dia do Trabalhador que se tornou uma de suas lembranças mais marcantes no início da carreira. A reportagem retratava a vida de um operário a partir do olhar de sua família, resultado de várias visitas e conversas com os moradores de um bairro distante. Mas, eis que o inesperado acontece.
O ano era 2022. Miriam escreveu uma belíssima reportagem para o Hoje Paraná intitulada “As grandes e barulhentas redações de Curitiba não existem mais. Que Pena”. Esta sensação, que flerta entre a nostalgia e a certeza da importância de uma redação no desenvolvimento do jornalista, reforça o quanto o jornalismo é uma construção coletiva.

Miriam Karam
Miriam recorda com gratidão os mestres que marcaram sua formação profissional. Entre eles, ressalta os jornalistas Luiz Geraldo Mazza, que ocupa um lugar especial, e Adherbal Fortes de Sá Júnior, a quem chamada de segundo mestre.
Essas referências ajudam a compreender os caminhos que moldaram sua visão de jornalismo. Ao reconhecer a influência desses nomes, Miriam destaca a importância da troca de experiências e da construção coletiva do conhecimento dentro das redações. Mais do que inspiração, esses mestres representaram pilares éticos e técnicos que contribuíram para sua trajetória, reforçando a ideia de que o jornalismo se faz também na convivência, na escuta e no aprendizado contínuo.
A resposta de Miriam à pergunta sobre o que gostaria que fosse lembrado de sua carreira revela a simplicidade e a lucidez de uma profissional que sempre entendeu o jornalismo como um trabalho coletivo e voltado ao presente. Ao destacar o valor das coberturas cotidianas, que tratam dos problemas reais das cidades e das pessoas comuns, reflete a postura de quem vê sua profissão como um serviço essencial à sociedade.
Essa perspectiva reforça uma visão de jornalismo comprometido com a realidade concreta, com os temas que afetam diretamente a vida das pessoas. Ao valorizar o cotidiano como espaço legítimo de notícia, Miriam aponta para uma prática que não busca grandes feitos ou reconhecimentos, mas que se sustenta na relevância do que é informado e na responsabilidade de como se informa. Sua fala convida à reflexão sobre o papel do jornalista diante de uma sociedade em constante transformação, onde escutar e compreender continuam sendo atos fundamentais.
Miriam ainda compartilha uma lembrança sobre um tempo em que o jornalismo parecia mais direto, mais próximo da realidade cotidiana. Era como se os fatos estivessem ao alcance das mãos, compreensíveis e acessíveis, talvez porque a sociedade também fosse menos dividida.
Hoje, ela observa que esse cenário mudou: vivemos em uma era marcada por diversas visões de mundo, onde grupos se fecham em suas próprias verdades, tornando o trabalho jornalístico mais complexo e exigente.
Miriam Karam construiu uma trajetória que reflete coerência e entrega. Em cada redação, cargo ou pauta, manteve o compromisso com a clareza e a relevância da informação. Entre redações barulhentas, coberturas intensas e olhares atentos ao cotidiano, construiu uma carreira que dispensa autopromoção, porque fala por si mesma, feita de trabalho, humanidade e amor genuíno pelo jornalismo.
Sua escuta atenta, seu olhar generoso e sua postura ética moldaram não apenas reportagens, mas também ambientes de trabalho e relações humanas. Em tempos de mudanças aceleradas e desafios constantes, ela permanece como referência de integridade e compromisso com a verdade. Sua trajetória não é apenas admirável — é necessária, porque nos lembra que o jornalismo, quando feito com alma, continua sendo uma força transformadora.
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