
Gilberto Fontoura

Gilberto Fontoura
Há momentos em que a vida nos chama com uma voz quase imperceptível. É o convite silencioso para transformar encanto em ação, curiosidade em caminho. Há quem hesite, mas há também quem se levante, guiado por algo que não se explica, apenas se sente. E é nesse gesto simples, de acreditar na própria voz, de dar o primeiro passo sem saber onde vai dar, que nascem as histórias que atravessam o tempo. Num domingo qualquer, em meio ao som quente e vibrante do rádio, o destino de Gilberto Fontoura começou a se desenhar. Era apenas um garoto, curioso e encantado pelas vozes que atravessavam o ar e faziam o invisível ganhar forma.
O rádio era feito de entusiasmo e descobertas. Tudo nascia do improviso, do companheirismo e da vontade de participar. Não havia garantias, mas havia pertencimento, e isso bastava para transformar cada transmissão em aprendizado e emoção.
De repórter de campo na Rádio Colombo para a assistência na Rádio Independência.
A transição do rádio para a televisão foi mais que uma mudança de meio, mas um salto de linguagem. O repórter que antes contava histórias apenas com a voz passou, a partir de 1972, a lidar com a força da imagem, apesar das inúmeras dificuldades, próprias a um jornalista daquele tempo.
Gilberto parecia entender que a vida profissional é feita de confiança e presença. Estar onde é preciso, quando é preciso, sem medo do novo. Representar o canal, viajar, assumir responsabilidades, tudo isso se tornava parte de uma jornada construída com lealdade e entrega. Não buscava destaque, mas respeito; não queria o poder, mas o reconhecimento do trabalho bem feito. E, no fim, o que o diferenciava era justamente isso: a capacidade de caminhar entre todos, sem se isolar, mantendo a humildade e o entusiasmo de quem ainda acredita nas boas parcerias.
A trajetória do grande jornalista mostra como a experiência e a persistência moldam o verdadeiro repórter. Diante de obstáculos, ele não recuava, mas encontrava caminhos. Sempre via oportunidades para improvisar, negociar e continuar contando histórias. Essa criatividade diante das dificuldades não era apenas um recurso de sobrevivência, mas um traço de quem entendia o jornalismo como missão: entregar a notícia, custasse o que custasse, sempre com engenho, coragem
e amor pelo ofício.
Uma coleção de fotos com momentos que contam histórias da sua carreira além das palavras.

Gilberto Fontoura
Com determinação e ousadia, Gilberto atravessou fronteiras e desafios para realizar uma cobertura fora do Brasil. Com um gravador em mãos e a confiança de quem acredita na própria missão, ele transformou uma aventura em um marco de criatividade, coragem e profissionalismo.

Gilberto Fontoura
Gilberto lembra com muito carinho do chefe Jair Brito, uma figura que marcou profundamente sua trajetória profissional e pessoal. Para ele, Jair não foi apenas um líder, mas também um verdadeiro amigo, sempre atento ao seu bem-estar, relação que se fortaleceu a ponto de Gilberto se tornar padrinho da filha de Jair. Essa relação de amizade e confiança deixou marcas que ultrapassaram o ambiente de trabalho.
Gilberto Fontoura gostaria de ser lembrado pela entrega com que viveu cada momento no jornalismo. Sua trajetória é um testemunho de quem fez da profissão um modo de existir: com compromisso e dedicação. Para ele, cada reportagem, cada transmissão e cada desafio foram oportunidades de reafirmar sua paixão pela comunicação.
O jornalismo é mais que profissão: é instinto, vocação e pulsação vital. Mesmo diante das adversidades e do clima de intolerância que marca o tempo presente, ele acredita que o compromisso com a verdade e a paixão pelo ofício devem permanecer intactos. Fazer o que se ama, com ética e sensibilidade, é o que mantém viva a chama de quem escolheu contar histórias e iluminar caminhos, mesmo quando o mundo parece querer apagar as luzes.

Gilberto Fontoura



































