

Laércio Souto Maior
O início de Laércio Souto Maior no jornalismo foi marcado por coragem intelectual e compromisso ético. De correspondente em Maringá a redator-chefe e editor em importantes veículos do Paraná, ele construiu uma trajetória que uniu pensamento crítico e ação transformadora. Cada texto era mais do que uma notícia; era uma declaração de princípios, um exercício de liberdade.
A estreia de Laércio em um grande jornal marcou o início de uma trajetória de ousadia e compromisso com a palavra. Em um cenário desafiador, ele encontrou seu espaço, transformando cada linha em expressão de coragem e convicção. Foi o ponto de partida de uma caminhada que uniu talento, propósito e fidelidade às suas crenças mais profundas.
A trajetória de Laércio Solto Maior é marcada pela coragem de sustentar a verdade, mesmo diante do poder. Ao publicar o que muitos temiam divulgar, transformou o jornalismo em ato de resistência e reafirmou que informar, antes de tudo, é um exercício de coragem.
Durante a ditadura, três governadores do Paraná pediram a demissão de Laércio ao longo de sua trajetória, um fato que revela o impacto e a ousadia de seu jornalismo. Suas reportagens, sempre guiadas pela verdade e pela independência, incomodavam o poder, mas reafirmavam o compromisso ético de informar sem concessões. Cada demissão, mais do que uma perda, tornou-se símbolo de resistência e fidelidade à essência do ofício.
Um dos episódios em que o governador do Paraná exigiu sua demissão aconteceu quando Laércio escreveu um artigo contundente, denunciando a violência e a arbitrariedade do governo ao protesto de professores. O ocorrido revelou não apenas a ousadia de suas palavras, mas a coragem de um jornalista que se manteve fiel à verdade em tempos de censura.
Uma coleção de fotos com momentos que contam histórias da sua carreira além das palavras.

“Num auditório cheio de estudante de jornalismo, eu falaria que vocês participam e vão ter uma
trajetória de vida na profissão que é uma das mais importantes para a vida política do país.”
Laércio Souto Maior
A escrita do jornalista atravessou fronteiras, defendendo a dignidade de um povo e reafirmando que o verdadeiro jornalismo não se limita ao território que o cerca, antes, se compromete com a justiça, onde quer que ela seja ameaçada.
Com olhar atento e voz firme, Laércio registrou um dos momentos mais paradoxais da história política do Paraná. Ousou escrever sobre a presença marcante de pensadores de esquerda em cargos estratégicos do governo estadual em plena ditadura. Seu texto não era apenas uma crônica de época, mas um testemunho da complexidade política e da coragem de narrar o que muitos preferiam calar.
Em um tempo em que o preconceito ainda se disfarçava de costume, o auto intitulado velho comunista fez do jornalismo um instrumento de dignidade. Escreveu com firmeza, denunciando a injustiça e reafirmando o valor de um povo marcado pela força e pela resistência. Sua palavra foi mais que defesa: foi gesto de pertencimento e respeito, um lembrete de que o jornalismo também é feito de coragem e empatia.

Laércio Souto Maior
Laércio relembra o reconhecimento recebido do jornalista Ângelo Rigon, seu colega de redação nos tempos de Diário do Norte do Paraná.
Se recorda com orgulho o período em que foi redator-chefe do Diário do Norte do Paraná, uma das fases mais intensas e marcantes de sua carreira. Foi um tempo em que o jornalismo cumpria sua função social em plenitude: denunciar o que precisava ser mudado, mesmo sob pressão.
Recordar suas inspirações é reconhecer as vozes que o formaram e os exemplos que o guiaram. É um gesto de gratidão e de continuidade. A lembrança de que o jornalismo se constrói no diálogo entre gerações e na coragem de quem veio antes. São essas referências que fortalecem princípios e reafirmam valores importantes, mostrando que cada conquista é também fruto de quem abriu caminhos.
A trajetória de Laércio Souto Maior reflete a força de um jornalismo comprometido com a ética, a coragem e a palavra escrita como instrumento de transformação. Sua atuação ultrapassa o registro dos fatos: traduz um tempo, um modo de pensar e de resistir. Em cada texto, cada entrevista ou gesto profissional, reafirmou o valor da independência intelectual e da responsabilidade social do repórter.
A juventude que ingressa no jornalismo precisa compreender, com clareza, a dimensão política e social da profissão. Mais do que uma carreira, o jornalismo é um compromisso com a verdade e com o fortalecimento da democracia. Ele acreditava que cada jovem repórter carrega em si a responsabilidade de zelar pela liberdade de expressão e de contribuir para a construção de um país mais justo, um ideal que sempre guiou sua própria trajetória.
A trajetória de Laércio Souto Maior é o retrato de um jornalista que fez da palavra sua forma de luta e de liberdade. Entre reportagens, artigos e editoriais, ele transformou o ofício em compromisso ético e social, sem jamais se curvar às imposições do poder. Sua escrita, firme e sensível, atravessou décadas reafirmando o papel da imprensa como guardiã da democracia e da dignidade humana.
Lembrar desse grande jornalista é reconhecer o valor de uma geração que acreditou na força transformadora do jornalismo. É celebrar o homem que escreveu com coragem quando o silêncio parecia mais seguro, e que viu, na notícia, uma forma de servir à verdade e à justiça. Sua história inspira as novas gerações a compreender que ser jornalista é, antes de tudo, um ato de fé na liberdade e na esperança de um país mais consciente e mais humano.

Laércio Souto Maior



































